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O objetivo da Catequese do Bom Pastor é promover o encontro pessoal da criança com Jesus através do trabalho e da oração, a partir dos 3 anos de idade.

Origem da Catequese do Bom Pastor

          Esta catequese foi criada pela Doutora em Ciências Religiosas, Sofia Cavalletti, em Roma, em 1954, contando com a colaboração de Gianna Gobbi, perita montessoriana. Difundiu-se rapidamente em ambientes sociais muito diversos, e a partir de 1969, em países e culturas diferentes como Brasil, Estados Unidos, México, Canadá, Argentina, Colômbia, Panamá, Chile, Equador, França, Alemanha, Áustria, Croácia, Polônia, Alemanha, Noruega, Austrália, Japão.

         Observou-se que as crianças desde a mais tenra idade procuram avidamente uma experiência religiosa. Satisfazem-se apenas se são ajudadas a vivê-la em seus elementos mais profundos e essenciais, deixando de lado toda infantilidade.

É essencial que o adulto se coloque a seu serviço, conheça a criança e lhe proporcione um ambiente propício: quando se conseguem estas condições a criança vive com encanto e profunda alegria sua relação com Deus. Nosso papel é preparar um ambiente ideal, propiciar o encontro da criança com Jesus e desaparecer (semelhante a João Batista).

Características da criança de 3 a 6 anos

      A criança nesta faixa etária é essencial, seu interesse é voltado para o mais importante, quer respostas simples, sem adornos. Tem imensa capacidade de contemplação, absorve conhecimentos através de todos os seus sentidos e “permanece” nesta contemplação. É metafísica, capaz de relacionar-se com o transcendente. Como a criança é puro amor, assim como Deus, esses dois amores se atraem (busca o amor puro, semelhante ao dela). A natureza é e o homem se faz: nessa primeira fase, a criança está construindo seu “ser”. O intuito da catequese é buscar a simplicidade, o lado contemplativo, para nos transformarmos em crianças, estudando o que responde às necessidades de cada faixa etária. Cada anúncio leva a um momento de oração e contemplação do mistério apresentado

Temas da Catequese

 

 Conteúdo Bíblico:

        A Catequese é cristocêntrica, anuncia quem é Cristo, o que Ele disse, e o que Ele é. Está portanto voltada ao Novo Testamento, vida, morte e ressurreição de Cristo. Nos encontros celebrativos orantes apresentamos às crianças as parábolas cristológicas: Bom Pastor e Ovelha Encontrada, as parábolas do Reino, Semente de Mostarda, Mercador de Pérolas, Tesouro escondido, Fermento e Grão de Trigo e os Acontecimentos da Infância, Morte e Ressurreição.

Conteúdo Litúrgico:

      Liturgia é o trabalho do povo de Deus que permite viver o que a Bíblia anuncia, a Salvação

Apresentamos às crianças a Presença eucarística, os Gestos do sacerdote, Cores litúrgicas, Calendário litúrgico, Imagem da Luz, com enfoque na Morte e Ressurreição, e Batismo.

       Num primeiro momento se faz o que Maria Montessori chama de Normalização, para que a criança volte à sua primitiva ordem interior. No átrio, o ambiente preparado, a criança encontra uma série de objetos que propiciam seu desenvolvimento motor e interior, preparando-a para a vida adulta.

         O respeito ao material leva ao respeito ao sagrado. O átrio é um ambiente litúrgico – de trabalho e oração – e deve ser preparado com o mesmo cuidado com que Deus preparou o ambiente especial para o aparecimento do homem, que ao chegar encontrou tudo pronto, como convidado para um banquete. Não damos definições, transmitimos o anúncio bíblico e apenas conduzimos a meditação sobre o que foi relatado no anúncio, o que requer total mudança na posição do adulto, a do servo inútil.

A catequese como celebração

          Dizemos que a catequese não é completa se não tiver o caráter celebrativo. O átrio é a comunidade na qual as crianças, desde seus primeiríssimos anos, vivem junto com os adultos uma experiência religiosa, que as ajuda a inserir-se na comunidade mais ampla, familiar, eclesial, social. É um lugar de oração no qual o trabalho e o estudo chegam a ser espontaneamente meditação, oração, contemplação e alegre experiência. É um lugar no qual o único mestre é Cristo: crianças e adultos se unem para escutar sua Palavra e buscam penetrar no mistério da celebração litúrgica.

A transmissão da mensagem cristã no átrio tem caráter celebrativo

        O catequista não é um professor pelo respeito devido ao único Mestre. O catequista renuncia a todo controle (questionários, exames, etc.) no espírito de pobreza frente a uma experiência cujos frutos não lhe pertencem.

      Celebrar tem dois aspectos: primeiro a maneira como trabalhamos apresentando o conteúdo e o material e segundo fazendo associações reais. Portanto toda a catequese tem caráter celebrativo, mas também há momentos especiais de celebrações. É necessário distinguir quais são as celebrações litúrgicas da Igreja, como a Liturgia da Luz, cujo objetivo é iniciar as celebrações da Páscoa, por exemplo. Em todas as celebrações explícitas há uma preparação em que as crianças participam e o catequista deve ter sensibilidade e criatividade para elaborar junto com as crianças como fará a celebração quando não existir na Igreja uma estrutura já criada.

 

Nas celebrações do átrio há dois elementos:

 

          1) A catequese não é para aprender nem para ensinar. Há uma diferença em seu objetivo, ensinar o que as crianças gostam. O propósito de celebrar é a alegria, o prazer na Palavra, alegria no silêncio que é totalmente diferente de ensinar, de instruir, e esse é precisamente o caráter celebrativo. Uma apresentação pode terminar em celebração.

 

          2) A alegria e a dignidade. A alegria vem da dignidade da criança. É no átrio que as crianças encontram a dignidade de sua relação com Deus, sua própria relação, e daí vem a alegria. Uma nova dignidade da criança, uma nova qualidade de prazer, um sentido novo de alegria em plenitude.

    Quando sentimos que nosso ser é completado, vem a alegria e conhecemos a nossa dignidade de pessoa. A celebração deve nascer da comunidade e devemos considerar que:

          - A celebração evidencia a relação entre a catequese e a Liturgia. Em sintonia com a Igreja, a vida no átrio segue o ano litúrgico, os momentos fortes são Nascimento, Epifania, Páscoa e Pentecostes.

          - A celebração nasce da sensibilidade e criatividade da catequista e das crianças, podendo ser diferente em cada lugar.

          - As crianças são as protagonistas da celebração - A celebração provoca oração, e às vezes desenhos ou outras formas de expressão

          - O silêncio é a linguagem da celebração.

   Celebrações feitas no átrio de nível 1 (3 a 6 anos): Entronização da Bíblia, entronização do Bom Pastor, troca de toalha conforme o tempo litúrgico, celebração do Advento, celebração do Nascimento e Epifania, Última Ceia, Liturgia da Luz, Pentecostes, Celebração Eucarística, Celebração do anúncio da Primeira Comunhão, de entrega de Bíblias. Todo ano se convida as crianças a fazer um trabalho de síntese, em que se constrói a pessoa espiritual. As crianças guiam o trabalho pois já receberam diversos anúncios e tem conteúdo que pode ser relacionado de diferentes maneiras.

 

 

Papa João Paulo II no Átrio de Sofia Cavalleti em Roma

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